21 março 2007

é por isto, Francisco:


Francisco said...
"Cá para mim devias arrabanhar (significa juntar, seus incultos) tudo o que escreves e lançar um livro"

Francisco, se reparares bem, este belogue não contem palavras como "merda", "gaja", "pipi", "bidé", "sanita", "piaçaba", etc.

Neste belogue raramente se escreve sobre sexo (se é que já escrevi) nem é escrito por uma ex-puta.

Este belogue não é assinado por ninguém que fale na rádio, apareça na TV ou sequer seja filiado num partido politico.

E como este belogue é escrito em Portugal, em português por um portugês...

... a unica forma será imprimir tudo o que está aqui escrito, inserir dentro de um qualquer livro que cá tenha e atirá-lo para longe. É o mais próximo que alguma vez estarei de "lançar um livro".

16 comentários:

Anónimo disse...

Bem reparado. E quem fala assim não é gago.

Carlota disse...

Olha o que dá escrever com erros!... Dá um post, claro está!
Simplesmente porque se escreve "arrebanhar" e não "arrabanhar".
Nunca se ouviu falar num "rabanho" de ovelhas, pois não?

Anónimo disse...

Lamento mas tenho que discordar Carlota, porque sim, já ouvi falar num rabanho de ovelhas, aliás é comum dizer-se assim na Zona Sul rural do Distrito de Castelo Branco, coisas do povo desta zona (leia-se pontapés na gramática) como esse podia enumerar "n" exemplos.

Arcebispo de Cantuaria disse...

É pá, um gajo não pode ausentar-se um dia e vocês fazem-me uma OPA ao belogue?

Vamos então à blindagem de estatutos:

O comentário só virou poste porque me permitiu desabafar, espero que com a ironia e eventualmente piada que tento colocar na minha escrita - alguma da frustração que por vezes me "arrepanha". Confesso que nem tinha dado pelo erro/regionalismo (riscar o que não interessa). Pois se eu nem nos que eu dou reparo, então quando estou a escrever assim sem o magnifico corrector ortográfico brasileiro que o Sr. Gates me ofereceu!

Mas num Dicionário de Cantuarês cria-se já uma definição: "Arrabanhar: agarrar uma ovelha pelo rabo para levá-la a tomar banho"

Eu, desde que num email profissional (longe vão os tempos...) em vez de "desde já agradeço o vosso pedido" escrevi "desde já agradeço o vosso peido" (a falta que um D pode fazer!), nunca mais apontei erros a ninguém... mas gosto que me corrijam os meus.

Carlota disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carlota disse...

Apaguei o comentário anterior, porque era pior a amêndoa que o cimento.
As minhas desculpas ao Francisco (eu podia ter-me abstido de fazer o comentário), mas, de facto, nunca tinha ouvido falar em "rabanho". Aliás, acho que nem sequer nunca estive perto de uma ovelha... viva. :)
Beijola (esta também não vem no dicionário).

Arcebispo de Cantuaria disse...

E eu pensei que fosse mesmo um regionalismo, mas no fundo, o que é que isso interessa? Se fossemos a ser fundamentalistas, o Aquilino nunca teria publicado nada (e se aquela terminologia toda custa a perceber...). Se calhar hoje... isto está mais para os chatos Antunes que para os cultos e simples Ribeiros...

Francisco: ora arrabanha aí um queijinho desses de Castelo Branco, daqueles com colorau por fora, bem picante e a cheirar a pés de jogador de futebol depois do jogo e manda (isto também não e português) por mail que eu depois envio de Azeitão para a troca.

Anónimo disse...

Tudo bem, eu mando-te o queijo e tu mandas-me daí uns pastéis. Tudo bem Carlota não há espiga. Beijola (Será beijo na tola?)

Carlos Malmoro disse...

Lembro-me de num final de tarde, ouvir o Alvim ler um comentário teu sobre um encontro que tiveste com o José Luís Peixoto.(Acho que foi no Super Bock/Super Rock). Nesse dia, ele era o convidado, e tu descrevias aquilo que foi o encontro, adiantando que lhe pediste um conselho sobre escrita. Serve este intróito para te recordar que o primeiro livro de José Luís Peixoto foi lançado em edição de autor. Ou seja, a expensas do próprio. E que, portanto, há sempre uma outra via que não a da editora para se lançar um livro. E serve este comentário para te dizer que se seguires esse caminho, pelo menos 15 euros de um exemplar tens garantidos. Quanto mais não fosse, porque a minha voragem por literatura faz-me dar muitos 15 euros a autores que não têm metade da tua verve.
Um abraço

Anónimo disse...

15 eurios é caro para desempregado mas eu cá também os dava!

Arcebispo de Cantuaria disse...

Carlos,

Agradeço-te as palavras e confirmo o episodio. O JLP foi, de resto, das pessoas - se não A pessoa - que mais contribuiu para que eu parasse na encruzilhada em que estava e tomasse a direcção de me didicar à escrita em vez de ir para os call-centre ou promotor imobiliário (aparentemente as duas profissões disponiveis para desempregados com mais de 35 anos em portugal - a letra pequena não é erro - não sentes o mesmo amigo Netwalker?).

Mas uma edição de autor também não é barata, sobretudo para quem já se vê aflito para sequer comprar esses livros de que falas que são o meu alimento d'Alma. Isto para não falar de ter que priscindir de CD's "oficiais" e recorrer à Sta. Mula (excepto para as Pérolas, que feliz ou infelizmente cada vez há menos - nos ultimos tempos entusiasmei-me apenas com Muse, Orangotang - c'a ganda banda tuga qu'ali tá, men! - e, claro, os "meus" Within Temptation - é já amanhã, é já amanhã - que pena não pores isto na Festa da Musica da "tua" Geração Rasca...).

Costumo dizer que enriquecer é muito fácil, basta ser rico. Aplica-se também aqui à edição de autor.

Mas há outra coisa: um belogue é uma coisa que já está escrita. Publicá-lo em livro não considero como sendo "escrever um livro". Penso que me compreendes (até porque lembro-me que tu próprio já declinaste a publicação do teu belogue). Numa eventualidade de vir a investir (médiatis! médiatis!) numa edição de autor, seria sempre numa obra literária original, não numa recolha de textos que para mim são passado, por muito que goste deles.

Mas uma coisa te digo: são comentários como os vossos que me fazem continuar a escrever, aqui e em outros projectos mais "de fundo" (para não repetir o pretencioso adjectivo "literários"). E saber que um insignificante anónimo é lido por alguém, uma, duas pessoas que fossem, já seria para mim uma honra e uma conquista (embora continuasse pobre e desempegado...!)

Lia C disse...

Seja para textos (teus) já publicados, seja para originais, podes contar com mais uma leitora - gosto mais de ler em papel, mas não deixarei de vir aqui (onde é que postas os outros "mais de fundo"?). Cá por mim também não consigo compreender os critérios de publicação das editoras, mas elas não se devem importar.

Anónimo disse...

Eu não quero ser chato nem nada, mas "pretencioso" está mal escrito, ó Arcebispo.

De resto, parabéns pelo blog, pela postura, pelo sentido de humor, e pelo (quase) irrepreensível respeito demonstrado para com a língua pátria.

Força na dita!

Arcebispo de Cantuaria disse...

ubualdo c., isso não é ser chato, é ajudar. Pretensioso é que leva a mal. Eu sou só "pretencioso"...
E obrigado também pelos elogios.

lia c., eu também prefiro ler as coisdas em papel, o dito acima alica-se apenas ao meu ponto de vista, como autor dos textos, não deixando de sentir pena que textos mais antigos "morram" na efemeridade belogal. Se aparecesse uma proposta, eu talvez editasse, não digo que não, mas pagar uma edição de autor para editar uma coisa que já está escrita...
Quanto à escrita "mais de fundo", não posto exactamente porque não teria lógica neste contexto. É literatura, boa ou má mas é, e literatura, para mim, continua a implicar papel impresso (e espero já não estar cá quando deixar de ser assim).

Netwalker disse...

Caro arcebispo, existe ainda uma outra alternativa aos call-centre e Promotor imobiliário, é a famosa "outra profissão" que aparece nas listagens da pesquisa do IEFP, geralmente obriga-nos a consultar mais um anuncio sem sentido!
Portugal pode ser grande... as governações é que são pequenininhas e fraquinhas...
Os secretários de estado, os secretários dos secretários-de-estado, os secretários dos secretários dos secretários-de-estado...
Quanto ao livro, confesso que dava os 15 euros mesmo por textos do passado!

Carlos Malmoro disse...

Com um ligeiro atraso, aqui vai a resposta:
A questão monetária: quinze euros é muito por um livro, é certo, mas é o preço que eles se encontram em Portugal. No entanto, não refilo se ele vier para o mercado a dez.

Quanto à festa da música, poderás conferir aqui: http://cxpandora.blogspot.com/2006/02/temptation.html que desde há uns tempos os Within Temptation fazem parte da minha play list. Estou a reservá-los para o fim. Eu não declinei a publicação do meu blogue. Era um outro manuscrito que depois das alterações, cortes, etc, que a editora «sugeriu» iria ser tudo menos o texto que escrevi. Além disso, a distribuição dos direitos de autor era assim um bocado pró generosa para a editora. Por isso, declinei.
Ou seja, que tal pensares numa ideia/tema/ e colocares as mãos nas teclas e escrever uma coisa que não foi não publicada? Nessa altura, e já com uma rede de leitores consolidada e ainda para mais, com o empurrão de visibilidade que a Atlântico te dá, as editoras não vão atirar o manuscrito para o lixo de imediato.
Ao último parágrafo, tratarei de te responder por email.

Um abraço

PS: já tens dois a dar quinze euros.