22 novembro 2005

Os 10 Mandamentos

“Não Matarás”
divorcia-te que é mais fácil

“Não Roubarás”
pede que te ofereçam

“Não Cobiçarás a Mulher do Próximo”
por isso é melhor cobiçar já a deste

“Não cometerás Adultério”
se houver risco de ser “apanhado”

“Honrarás Pai e Mãe”
o pai ainda vá, mas a mãe dela, se for jeitosa, também marcha

“Não Levantarás Falso Testemunho”
tirando isso, podes “levantar” o que quiseres

“Descansarás ao Domingo”
porque podes estar cansado de não fazer nada o resto da semana

“Não jurarás em nome do Senhor”
tá bem...

depois há mais dois, mas são um bocado parvos.

Por falar em Mandamentos

"Não cobiçarás a mulher do próximo".

então é melhor cobiçar já a deste!

Acho piada aos "Ateus"

Esta é para ficar a pensar:

Um ateu no fundo é um crente. O facto de ter nececidade de afirmar o não crer implica a aceitacao implicita da existência (de algo).

Uma coisa que me faz muita confusão

Uma coisa que me faz muita confusão: Portugal ter um “Bispo das Forças Armadas”. Isso é, no mínimo, um perigo nacional!

Estão a ver, os soldados prontos para embarcar para o Afeganistão, Iraque, Faixa de Gaza, Bósnia, Cova da Moura, e o Bispo, lá na cerimónia que fazem no Figo Maduro para as televisões mostrarem as famílias chorosas a dizer: “lembrai-vos do 1º Mandamento: Não Matarás!”. Porra, os soldados ficam “entalados”, então eles não vão para a guerra, com armas e balas e tudo? É parta quê?

Ou será que Moisés recebeu, juntamente com as duas (há quem diga que eram 3) Tábuas, uma Clausula de Excepção, em que o 1º Mandamento não se aplica a bispos de forças armadas?

E de que será feita a consciência cristã de D. Januário Torgal Ferreira? Dormirá à noite? É que eu, se fosse bispo e desse a bênção a pessoas que vão de arma em punho dispostas a matar (se “necessário”, claro está), não viveria em paz com a minha consciência.

Ainda bem que o bispo é ele e não eu. O católico é ele…

21 novembro 2005

Hoje deve ser dos bons

Hoje deve ser dos bons. Parece que é grande. Vamos ver se chega aí aos... 30 metros já não era mau. Tive pena de não ver o de 40, mas deve ser dificil fazerem outra vez. Hoje é na Azinhaga das Zibreiras, bom mato, pinheiral a dar com pau, matéria prima não falta.

Já láestavam os dois à minha espera.

- sempre o ultimo! O trabalhador!

- vai-te! por acaso já começou?

- nem vai começar.

- o quê?

- não vai começar! Não há! Non ché! Rien-ne-va-plus!

- porquê?

- houve um a sério.

- mas ainda há?

- há, mas são mesmo verdadeiros, não são postos.

- e não dá para ir ver?

- é longe, e já sabes como é que é... o gajo faz isto, ma depois não quer confusões de povo quando são os verdadeiros.

- porra! Eu pensava que já nem havia.

- há sempre, a natureza não perdoa. O homem também não costuma perdoar lá muito, mas esta ideia parece que deu certo.

- o gajo teve uma boa ideia. Já andam a fazer isso por todo o país. Até lá fora.

- e ainda por cima sai barato ao estado, que os gajos agora pagam-se com os bilhetes e o estado costou logo os subsidios.

- então, vê bem, isto hoje era para estarem aqui umas... à vontade mil, duas mil vinham. Hoje prometia ser dos bons. A 5 euros cada um, faz as contas.

- é papel, é! Não vês os meios com que eles agora andam? Nunca os bombeiros pensaram ter o material que têm hoje. E tudo por causa daquele maluco do Malaquias se ter lembrado de atear fogos, para depois ir apagar e o povo a ver nas bancadas (de metal, não vá o diabo tecê-las). Nunguém dava nada por ele como comandante dos bombeiros e afinal o gajo é que topou que era isso que o pessoal queria, ver fogo! Ele só lhes fez a vontade. E a verdade é que desde que isto se espalhou, já quase não se ouve falar de fogos postos. O sacana do Malaquias, ein?

...e o que o gajo não deve sacar para ele, por fora...

Foi um dia fraco

Foi um dia fraco. Só consegui 3. é do verão, anda menos gente. E apesar de tudo, bem bom está agora, há uns anos era quase impossivel conseguir um que fosse em Lisboa, ficava mesmo deserta. Havia de perguntar ao Passos se ele também notava isso na profissão dele, ía eu pensando, enfiado no 35 (santa ironia, o dia todo a andar de carro e... para casa de transportes...).

Já láestavam os dois à minha espera.

- sempre o ultimo!

- há quem trabalhe...

- deixa-te disso. Olha lá, quantos, hoje?

- três.

- não tá mau, para Agosto... e alguma coisa valente?

- por acaso um foi porreiro, consegui mesmo que a culpa fosse dela e tinha Total!

- diga-me cá uma coisa.

- tem a ver com isto?

- não.

- ...nunca tem.

- não é isso! Não é com vocês?

- e tá aqui mais alguém, batráquio?

- é com o autor

- ah! esse é tótó, avança.

- tu, não estás por acaso a abusar na acentuação? Isto por acaso é teatro? Tem lá calminha, que cansas os leitores.

EU ESCREVO COMO QUISER. É ASSIM QUE EU GOSTO DE ESCREVER. NÃO GOSTAS? NÃO TIVESSES APARECIDO NESTE CONTO. AGORA SE NÃO TE IMPORTAS, VOLTA LÁ PARA O CONTO, ESTÁ BEM? SENÃO VOU TER QUE TE MATAR E ISTO NÃO É UM LIVRO VIOLENTO.

- isso, um total, é coisa para quanto quanto?

- 200% pelo menos. Reeincidente, ainda por cima.

- e quanto é que vale o chaço

- o chaço é um bruto BM, recente, vai apanhar uma castanhada!

- és tu que vais avaliar Gomes?

- devo ser.

- coisa para quanto?

- nunca menos de 5000

- euros?

- contos, estúpido, dinheiro, mesmo.

- é bom, é bom. Somos nós que vamos financiar?

- acho que sim! Deve ser o esquema do costume

- então passas lá no banco amanhã.

- devo passar. Temos que saber até onde é que podemos esticar a corda à mulher.

- eu vejo-te isso.

- se a conta dela for das boas, para o ano, se quiser seguro para o carro, “minha querida, Exma. Sra. Dª Coisa, devido à participação do acidente tal e coiso, o seu prémio passa para CCC – Caro Comó’Caralho, como já sabe que se for às outras seguradoras elas sabem o preço, vão cobrar mais caro porque é uma cliente de risco, mas nós que até somos Simpáticos, até deixamos fazer por este preço catita, sendo um CCC, e como não pode andar sem o seguro, o melhor é mesmo pagar ou vender o carro, caso em que, não deixe de nos consultar pois dispomos de acordos com vários stands de usados que costumam ficar com esses carros.
Com os melhores cumprimentos,
Somos,
de V. Exa.,
atenciosamente,

- foda-sa! Tá lixada!

- amanhã leva-me os dados do carro para eu fala lá com o Pablo a saber se o BM lhe interessa.

- o Pablo já entrou?

- claro! Não queria, não queria, foi comprado. Mas agora é que ele tá bem, leva um BM de 5000 por 2000, vende aquilo por 4000, dá mil para ele e mil para o banco, é fixe!

- é por isso que eu digo. Nós andamos mal pagos.

- mas só agora é que percebeste? Então o gajo vai fazer uma milena à conta dum carro. Eu, por exemplo, se não fosse o que o Pablo e essa malta que eu trago me pagam, não me safava, só com o banco. E tu!? Nem subsidio de risco tens! Bolas, um gajo que tem como profissão provocar acidentes, sem ser culpado... é trabalho especializado, devia ser bem pago. Os gajos esquecem-se que sobrevivem à conta de todos os gajos como tu que andam a bater estradas e cidades à cata de bater. Ou como eu, que lhes trago os clientes que tu vocês me mandam. Disso não se lembram eles.

- manda aí vir mais três.

... e tremoços

09 novembro 2005

Fácil de entender

Estava à espera dos STCP para ir ver o FCP quando o tipo ao meu lado tem um AVC. Aflito, ligo o 112 onde me dizem que vão passar ao INEM. Como o SOS vinha a caminho, procuro o BI mas só encontro o NIF e o NIB. Fico apenas a saber que se trata de um GNR. Felizmente vejo passar um carro da PSP que tinha sido chamado por causa do barulho na IURD e faço sinal de STOP. Ao ver o corpo no chão, entram em contacto com o CCO e decidem esperar pelo 112 pois o trânsito na VCI está KO.

Venho a saber que aquele individuo já tinha sido guarda-costas do PM e do PR, estando presentemente em BLD devido a problemas de SPT provocado por uma ida a TM devido a uns problemas com o SIS, assunto que mereceu largo destaque na TVI há uns dias, bem como no DN, JN e CM.

Mais, era amigo pessoal do Pres. da CMP, com o qual tinha estado “lá fora”, integrado no 3º CCM do 2º BT do 1º destacamento do 4º BSB em Cunhanhe, de onde voltou para participar activamente no PREC, havendo suspeitas que tenha pertencido às FUP, tendo posteriormente aderido à UDP, hoje BE.

Como era de prever, para além do INEM, chegaram também os BVP, um carro do RSBP, um representante do MNE, outro do MAI. O caso viria a ser comentado na AR tendo sido decidido propor ao PR que condecorasse o individuo com a OGCM.

Soube que, já recuperado do AVC, ingressou nas OGMA como Dir. de TI.

Votos de boa saúde


Arcebispo de Cantuária

Missa

No outro dia calhou ir à missa, nunca tinha ido. A primeira coisa que reparei foi na quantidade de gente constipada, o que foi pena, porque o silêncio estava constantemente a ser interrompido por tosses e outro tipo de roncos e ruídos guturais.

Por fim lá apareceu um senhor vestido com uma coisa verde e uma saia branca até aos pés, que devias ser importante, porque toda a gente se levantou. Eu, depois de uns quantos olhares em que senti alguma recriminação, decidi levantar-me e colaborar no espírito de abertura e amor universal.

A coisa começou por prometer, quando o senhor verde disse “felizes os convidados para a ceia do senhor”. Porreiro, dão jantar, pensei. Mais tarde é que vi que o jantar era composto exclusivamente por uma fina bolachinha de pão branco, em que ainda por cima esqueceram-se de por sal. Também havia vinho mas devia ser pouco porque só o verde é que bebeu.

Às tantas passaram um cestinho com moedas, mas achei por bem não me servir, o dinheiro podia fazer mais falta a outros. Ainda por cima, pensava eu, o jantar estava assegurado. Se fosse agora talvez tivesse aceite uns euros para ir jantar.

Gostei da parte em que uma senhora se levantou e foi ler umas coisas. Achei que seria meu dever contribuir e fazer o mesmo. Aproveitei que tinha comprado o 24Horas, subi a uma espécie de palanque e comecei a ler um artigo muito interessante sobre sexo seguro, mas por azar, o verde e mais umas quantas senhoras resolveram desmaiar nessa altura e tive que interromper.

Um parte que não entendi foi quando, estando eu concentrado na decoração do espaço – repetitiva, à base de cruzes – começou toda a gente a beijar-se, tendo algumas senhoras puxado violentamente o meu braço, espetando um bigodudo beijo na minha face. Por momentos receei que aquilo fosse descambar para um bacanal e vendo-me perante a perspectiva de carne feminina que se me oferecei às vista – digamos que seriam poucas as que teriam nascido depois de Mário Soares – e o aspecto algo efeminado do gajo de verde e saia, achei melhor ir para a fila do jantar e pirar-me depois.

Acabei por comer a bolacha e bazei para ir despachar umas sandes de coirato e uma mines.


Arcebispo de Cantuaria

O Rei que saiu da barriga do candidato

Eu, felizmente entre muitos, sempre achei que o Sr. Mário Soares tinha o rei na barriga. Contudo, hoje, calhou passar por dois fora-de-portas (ditos “outdoors”) do dito e o que vi foi… um Rei. Cheguei, por breves momentos, a sentir respeito, mas só até ao momento em que tal deu lugar a uma sensação de pena, logo seguida de uma incontível gargalhada interior: qual Alien, o Rei saiu da barriga e tomou conta do “hospedeiro”, tornando-o num candidato a… Rei.

No segundo cartaz tive a sorte de poder estar parado em posição passível de contemplação e, ou é impressão minha, ou aquilo está mesmo muito monárquico, demais para um republicano? Lá está a bonacheira cara ocupando todo o lado esquerdo (do ponto de vista de quem olha), sob um fundo imaculadamente branco e uma palavra em grandes letras em cor azul-Monárquico! Não me lembro qual era a palavra, mas acho que a intenção é mesmo essa, dá um ar místico-culturo-intelectual à coisa. E no canto inferior direito, a Esfera Armilar. Porra, aquilo é de Rei. O que me levanta uma questão angustiante: será que ainda vamos ver o Jôjô Soares a disputar o Trono com um dos principescos filhos do legítimo D. Duarte?

E já que estou a falar de cartazes eleitorais, não acham que seria boa ideia TIRAR os das Municipais ANTES de começarem a colar os das Presidenciais? É que ou muito me engano, ou ainda vamos ter gente a votar no Carrilho para Presidente, no Cavaco para Presidente da Junta de Boliqueime…

Arcebispo de Cantuaria

27 outubro 2005

Uma questão de moradas

Uma questão de moradas, ou porque as coisas em Portugal são tão demoradas


Eu e mais duas sócias, estando os três no desemprego, criámos uma pequena empresa de comunicação para, mais que não fosse, assegurar a nossa sobrevivência, dado que na casa dos 35 já éramos todos demasiado velhos para arranjar emprego, conforme viemos a descobrir.

De início dispúnhamos de uma sala emprestada num escritório em Camarate, mas tendo surgido a oportunidade de conseguir um espaço melhor e só nosso, acabámos por nos instalar no Campo Grande.

Dado que a nossa Sede Social é em Loures e o nosso escritório em Lisboa, temos necessidade de ter o correio reencaminhado de uma morada para a outra, serviço esse que é – e muito bem – disponibilizado pelos CTT.

Ora acontece que, coincidência ou não, não sei, mudou o governo e mudaram as regras. Nos dois primeiros contratos que celebrámos com os CTT para esse fim, preenchemos o “Pedido de Reexpedição” devidamente assinado por dois dos três sócios, conforme obrigam os estatutos da empresa, apresentámos os respectivos BI’s e uma cópia da Certidão do Registo Comercial. Agora, para fazer exactamente o mesmo, é necessário que as assinaturas apostas no dito impresso sejam reconhecidas em notário!

Porquê? Não confiam que nós saibamos assinar? Tem que ser o senhor notário a dizer que sim senhor, nós somos nós? (e no fundo, como é que ele sabe? Eu se fosse notário aproveitava: “olhe que a assinatura não está parecida, vá faça lá outra vez…”, só para tornar a coisa mais gira)

É que ir ao notário reconhecer (duas) assinaturas custa uns vinte e tal euros por assinatura (que é para nós percebermos como o governo dá valor ao nosso nome como cidadãos, acho que chamam a isso “cidadania participativa”).

Mas! Para ir ao notário reconhecer 2 (duas) assinaturas, é necessário apresentar a tal Certidão do Registo Comercial (porque aparentemente os notários são seres superiormente dotados para reconhecer similaridades entre 2 (duas) assinaturas, coisa que os funcionários dos CTT não são, obviamente, capazes de fazer).

Mas! Não serve chegar ao notário com a papelada, porque “esta Certidão não está válida”… Pois é. Elas têm uma validade! De 6 meses! Logo, há que primeiro ir do Campo Grande a Camarate (felizmente a gasolina baixou 2 (dois) cêntimos de Euro hoje) e solicitar uma nova Certidão na Conservatória do Registo Comercial. Custa €1?? (Centro e Tal Euros) e demora uns dias. Ou seja, com um bocado de sorte, ficamos ainda abaixo dos €200 (Contos: Quarenta) e (mais) uns dias sem receber correio, quase todo importante.

E porquê importante? Porque Todas as Entidades Oficiais endereçam o correio para a Sede Social, mesmo que se peça alteração – não fazem, porque… “o que conta é a morada da Sede Social”… se nós recebemos esse correio ou não, pouco importa.

Quando finalmente podemos ir aos correios, já arriscando-nos a ter Impostos em divida, não por falta de dinheiro ou vontade de pagar mas simplesmente porque não recebemos a carta, temos que adicionar o custo da reexpedição, que para 6 meses custa – também, uns €1?? (Cento e Tal Euros).

No fim, o processo demorou mais de uma semana e custa-nos seguramente acima dos €300 (Contos: Sessenta). Assim se assegura e estimula a competitividade das empresas portuguesas.

Chegados aqui, qualquer pessoa que não seja Funcionário Publico e como tal habituada, por gosto, capacidade ou necessidade perguntará: “então não era mais facial alterar a morada da empresa?”

A resposta é, obviamente, Não! Vejamos:

Quando fizemos a Escritura da empresa, no Centro de Formalidades das Empresas (CFE), antes de efectuar a mesma, pedimos para alterar a morada, acrescentar “1º Esq. (6 caracteres, com espaço). Não! Ultraje, ultraje! Para isso “vocês têm que dar inicio a um novo processo” (que custa os tais Cento e Tal Euros da tabela). Nem o nome poderíamos manter, pois o nosso nome já estava registado… por nós! Tudo de inicio. Logo, “porque é que não deixa ficar assim? A Sede Social não tem importância, é só uma formalidade”. Nada como uma boa explicação Técnica.

Claro que podemos – e teremos que o fazer – mudar a nossa Sede Social para a nossa morada correcta. Afinal, basta apenas
a) Fazer uma Assembleia Geral de Accionistas (uma Assembleia Geral? Somos 3 (três) pessoas!),
b) Levar a Acta, lavrada no Livro de Actas (uma coisa que se tem que comprar, mas que afinal é para ficar em branco porque a acta é impressa e, vá lá, já não exigem que se escreva à mão no livro e que custa 2x a Tabela, ou seja, 2?? – Duzentos e Tal Euros) ao TOC (Técnico Oficial de Contas, vulgo Contabilista), para que este aponha a sua Vinheta aprovativa (e quem souber explicar porque é que um TOC – que trata das contas, números – tem que ver com uma alteração de morada, que atire a primeira pedra… ao seu TOC). E claro que esta Vinheta também tem o seu custo.
c) Com a Acta devidamente “legal”, marcar nova escritura (que também custa 2x a Tabela dos 1??) e… esperar.

Mas afinal, querem-nos a trabalhar ou preferem-nos ter no Subsidio de Desemprego? E um Subsidio de Desespero, não há? Devia haver.

26 outubro 2005

Juizes

a propósito destas justissimas greves no sector da justiça - onde já se viu, qualquer dia estão a trabalhar umas 6 horas por dia, uns 4 ou 5 dias por semana. Depois claro que vinham os professores, com toda a razão, exigir a dimunuição da carga horária (só eu conheço um que trabalha 16 horas por semana! e ganha, limpos, 400 CONTOS -para falar em dinheiro - dizia eu que cumpre debitar uma voz que fale pela justiça do acto.

não notaram que hoje havia menos trânsito? claro! estas greves facilitam a vida a quem trabalha habitualmente.

alguém foi injustamente preso hoje? nao!

ouviu-se falar do escândalo Casa Pia? por acaso ouviu, mas foi só para dizer que hoje não havia jogo por falta de comparência.

e esquecem-se que hoje foi dia de Taça de portugal? (não é erro tipográfico, é mesmo assim) alguém tem que ir ver a bola.

mas não é só isso: eu admiro relamente os juizes. reparem, alguém que se sente no direito de julgar terceiros. porra, têm que ser uns gajos do caraças. eu, que já não me considero nada mau, não me sinto nesse direito... mandar um gajo para a cadei por 3 anos porque roubou uma melância, para dar de comer aos 18 filhos, como o inprescindivel C.M. noticiou há dias. ainda bem que há os juizes. eu não dormia mais...

Caçadores

No outro dia, lá na terra, fui por a minha sogra à igreja, uma que dista uns 3km da aldeia. Como o sitio é aprazivel, deixei-me ficar por ali, na sombra das árvores, a fumar Cannabis Sativa.

A escassos metros da igreja, andavam caçadores aos tiros, e não pude deixar de pensar na ironia da coisa: eles a matar animais a tiro, eu a fumar uma substância 100% natural, contudo, eu podia ser preso, eles não.

21 janeiro 2005

Portugal, exemplo de humanidade

Fiquei chocado ao ver, ontem e hoje, um verdadeiro batalhão de:
verdinhos emel,
2 carrinhas carregadas de bloquedores,
cerca de 10 policias,
3 ou 4 reboques.

Tudo isto visando os carros que se encontram estacionados em cima do passeio adjacente ao muro do Hospital Santa Maria.
Sabendo que:

- este hospital não dispõe de estacionamento
- estamos em pleno surto de gripe, aumentando consequentemente o numero de veiculos que precisam de estacionar junto a este hospital


Ao pensar nos pais que saem com as crianças (ou idosos) do hospital após horas de espera e que se deparam com a ausência do seu carro para levar os doentes de volta a casa, esta acção policial é IMORAL e DESUMANA.

Sobretudo se considerarmos que pouco mais abaixo, na Cidade Universitária, os carros (dos estudantes, que têm metro à porta) estacionam de tal maneira que por vezes os autocarros não conseguem passar...

Não há duvida que a ambição do dinheiro retira qualquer traço de humanidade. O que é grave é quando isto se passa a nível governamental, policial...

Eleições para quê, esta merda vai mudar?

Alô Tio Juan Carlos, Tio Zapatero, não querem tomar conta disto? eu sei que é dificil mas façam um esforço. como está a gente não sobrevive muito tempo...

12 janeiro 2005

Carta do Arcebispo ao Soldado Americano Army Sgt. 1st Class Tracy Perkins

Caro Soldado Perkins,


Soube há tempos do seu azar lá no Iraque e mais recentemente da injustiça que sobre si foi cometida. Aqui tem o meu testemunho de solidariedade.

É verdade que os soldados americanos, como você, estão no Iraque após terem devolvido a liberdade a esse povo, para manter a ordem social, objectivo que tem sido amplamente cumprido.

É verdade que para o bom funcionamento da nova democracia iraquiana é necessário impor ao povo um recolher obrigatório à hora por vós determinada.

É verdade que qualquer infração a este recolher obrigatório deve ser severa e exemplarmente punida, para bem do próprio povo iraquiano.

Pareceu-nos a todos totalmente apropriada a sua douta decisão de obrigar aquele iraquiano que passeava na rua depois da hora do recolher obrigatório a, como castigo, saltar para dentro de água. É com atitudes construtivas como esta que esse pobre povo irá conhecer a liberdade que vós, americanos, lhes trazem e oferecem.

É pois, irrelevante para o caso, o facto de aquele especifico cidadão iraquiano que se passeava na sua cidade (ou é vossa?) ter afirmado não saber nadar. Eventualmente tê-lo-á dito em árabe e vocês não têm obrigação nenhuma de ter noções de árabe, eles sim deveriam já ter tido a preocupação de aprender americano.

Não me parece, pois, que qualquer dos seus actos possa ser considerado como tendo tido influência directa na morte por afogamento daquele civil.

Imagine o quão chocado fiquei ao saber que foi o Sr. Sargento de 1ª Classe condenado a 6 meses de prisão devido a esta ocorrência. Não restam duvidas de que foi uma decisão cruel por parte dos seus superiores militares.

De resto, por minha iniciativa, propus aos dirigentes máximos dos nossos guias espirituais EUA a implementação de um regulamento mais extenso prevendo sanções e castigos para alguns actos mais graves que possam eventualmente ser cometidos por civis iraquianos, a saber:

- iraquiano que não saiba falar americano: apedrejamento publico

- iraquiano que estenda o tapete de oração na rua ou em qualquer lugar publico: 20 chicoltadas

- iraquiano que não conheça de cor o hino americano: prisão imediata em Abu Grahib, onde como se sabe está implementado um exemplar programa de reabilitação de perigosos civis iraquianos.

- iraquiano que não saiba dizer quantas estrelas tem a bandeira americana: pendurar em qualquer ponto alto de cabeça para baixo, até saber de cor e em americano o nome de todos os estados que compõem os EUA, incluindo já o iraque (ou ainda não está na vossa bandeira?)

- iraquiano que fale de pé com um soldado americano, sem qualquer tipo de prostração ou vénia prévia: aqui penso que se deveria optar por fuzilamento com justa causa.

Espero que de pronto o vosso emérito presidente leve a cargo estas e outras alterações propostas para que não se voltem a verificar tais injustiças.

Quanto a si, apenas lhe posso desejar que tente suportar essa pesada pena de 6 (seis) meses de encarceramento.

Com amizade do

Arcebispo de Cantuária

Carta do Carcebispo ao Sr. Ministro Morais Sarmento

Meu Caro e afável amigo,

Não posso deixar de lhe endereçar uma palavrinha relativa aos factos politicos em que se viu recente e injustamente envolvido.

É meu crer que a maioria dos portugueses compreende que, como muito bem tem vindo a explicar a comunicação social, que os cerca de 90 mil euros (mil e novecentos contos na moeda que valia dinheiro) gastos na sua recente deslocação a S. Tomé e Principe foi uma solução genialmente prática e económica de evitar que se deslocasse num voo comercial que ficaria em "Tarifa+Taxa EUR 2481.00+21.03 x 1 Adulto = 2502.03 Total" (conforme site TAP), voando em classe executiva, tarifa sem restrições (ou seja, a mais cara de todas) mas tendo que permanecer em S. Tomé de Sábado a Sexta (sendo que teria sempre a alternativa "chata" de poder voar S. Tome - Sal - Lisboa, encurtando esse periodo, que muito bem descartou).

Deixo-lhe pois a minha palavra de admiração pela inteligência e altruismo da decisão e uma pergunta final, meu caro amigo: entre nós, porque é que afinal você não podia ficar tantos dias em S. Tomé se cá em Portugal está despedido e não tem nada para fazer? Foi pelas saudades que todos nós sentiriamos de si, não foi, seu malandreco?

Grande abraço

Arcebispo de Cantuária


Carta do Arcebispo aos Partidos Politicos Portugueses

Caros PPP's,

Este vosso amigo vem, nesta hora difícil, dar-vos uma palavra de conforto e alento. Aproxima-se uma dura campanha eleitoral para a qual, soube com espanto, a V. Exas. apenas serão disponibilizados 30 milhões de euros para todos os gastos incontestávelmente indispensáveis, tais como a impressão de cartazes, produção em larga escala de chapéus, camisas-t (é assim que se diz em português), porta-chaves, autocolantes, aventais, bandeirinhas, tarjas, etc.

Isto sem esquecer as despesas de gravações de tempos de antena, aluguer de palcos para comicios, compra de espaço publicitário nos jornais, etc., etc., etc.

Um sem numero de despesas que são no fundo e acima de tudo, de grande utilidade para os portugueses. Não passaria pela cabeça de nunhuma pessoa sensata que fossem os vossos militantes a pagar estas despesas.

Parece-me, pois, vergonhosamente parca a verba que vos está destinada de miseros 30 milhões de euros para fazer face a todas estas despesas.
Sugiro antes de mais que desde já agendem para a próxima legislatura uma revisão em alta destas verbas, que estou certo acolherá consenso entre todos os partidos.
Para fazer face à grave situação respeitante às eleições de Fevereiro de 2005, sugiro a V. Exas. um requerimento de todos os partidos ao governo para que sejam desviados os fundos préviamente destinados a ajuda humanitária às vitimas do Sudeste Asiático para a campanha eleitoral que se aproxima.
Estou certo que tal medida será apoiada por todos os portugueses, que eventualmente até estarão dispostos a organizar-se para abrir contas com vista a recolhas de fundos para os vossos partidos.
Um abraço solidário do vosso
Arcebispo de Cantuária


06 janeiro 2005

Carta do Arcebispo à ANAREC

Exmos. Senhores,

Venho pela presente cingratular V. Exas. pela digna e inteligente medida de adicionar uma taxa de 50c. por abastecimento no periodo nocturno.

Penso que qualquer utente dos vossos serviços compreenderá e aceitará de bom grado esta medida.

Não pode o utente pensar que basta chega a um posto de abastecimento, encontra um papel a dizer "Pré-pagamento", ir efectuar o pagamento antes de abastecer, dando como adquirido que todos os portuguese são verdadeiros experts em manuseamento de mangueiras de combustivel e nunca sujam a ropa com derramamentos de combustivel, para depois verificar que fez pré-pagamento de 40 euros e afinal o depósito só leva 35... No fundo seria como ir às compras e pagar logo à entrada da loja, antes de saber o que vai adquirir. Isto tem toda a lógica.

O utente português está bem ciente de que V.Exas. apenas mantêm os postos abertos durante a noite por altruismo e que pagar a um ou dois funcionários para receberem o pagamento a fazer absolutamente mais nada é imperativa esta taxa de 50c.

Pessoalmente, como penso que esta taxa não será suficiente, dado ser agravado o problema pelo baixissimo custo da gasolina em Portugal, sugiro que implementem as seguintes taxas adicionais:

- Clientes que se esquecem de qual a bomba em que abasteceram, obrigando o funcionário à tarefa hérculea de verificar no computador: taxa de 1€

- Clientes que entrem mal vestidos no posto: taxa de 2€

- Clientes que se enganam no valor a colocar no depósito: sem reembolso e taxa adicional de 1€

- Clientes que sujem o chão do posto com os sapatos: vai limpar e taxa de 4€

- Compra de tabaco: fornecer apenas 10 cigarros e cobrar o preço do maço inteiro

- Clientes que façam uma pergunta (por exemplo: onde está a coca-cola?): taxa de 50c. por pergunta

- Venda de bebidas alcólicas: sem taxa e desconto de 5c. por litro no abastecimento, pois como se sabe, ir à bomba de gasolina comprar bejecas para beber e ir conduzir a seguir é bastante saudável

Uma nota final: já pensaram que alguns, só alguns, utentes sejam suficientemente estupidos para não aceitarem esta vossa genial medida, podem passar a usar os vossos postos para comprar tudo menos por gasolina evitando assim a taxa, abastecendo posterirmente durante o dia? ou mesmo que esses clientes, poucos decerto, deixem pura e simplesmente de ir aos postos de combustível durante a noite?

Claro que se fossem muitos, aí sim tornar-se-ia impraticável manter os postos abertos durante a noite, mas em Portugal não há esse risco.

E dado que esta medida foi planeada ainda em 2004, sugiro para terminar que aumentem já a taxa de 2005 para 75c. por abastecimento.

Um grande abraço deste vosso admirador,

Arcebispo de Cantuária