07 março 2007

Poesia Alternativa I

Apito Dourado

Encontrei uma apito dourado
que estava a chorar,
pedi-lhe um bocado
para o analisar.

Recolhi o apito dourado
com todo o cuidado
com um magistrado
bem instrumentalizado.

Olhei-o de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de coisa
pouco transparente.

Mandei vir a fruta,
o café e o leite,
e as drogas usadas
no calor da noite.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

homens vestidos de negro,
vestígios de corrupção.
Dinheiro (quase tudo)
E ninguém na prisão.

(Lágrima de Preta – António Gedeão)

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