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O “anonymous said…” essa estranha criatura.

Todos nós que ingenuamente ou por mera diversão permitimos comentários anónimos nos belogues já nos deparámos com uma espécie de praga que circula pela Belogosfera, conhecido pelo nome cientifico de “anonymous said…”.

Esta estranha criatura sem rosto nem corpo (muitas vezes também sem cérebro) tem como principais características a omnipresença (embora alguns estudiosos apontem para mero excesso de tempo sem nada para fazer) e a omnisciência (embora estudos mais recentes apontem para que esta seja possivelmente apenas aparente, dado ser capaz de opinar sobre tudo sem realmente nunca dizer nada).

Curiosamente, o “anonymous said…”, apesar de ter um apetite voraz por caixas de comentários, é incapaz de criar o seu próprio belogue, facto que tem deixado os cientistas perplexos por não se ter até hoje encontrado qualquer explicação para tal.

Apesar de existir uma forma benéfica de “anonymous said…”, as espécies que mais proliferam em Portugal são as subespécies “insultantis”, “maledicensis”, e “criticus baratus”.

Na sua ânsia de comentar, o “anonymous said…” pode chegar a ser totalmente ilógico, falando de Física Quântica num poste sobre a Maria José Nogueira Pinto, ou acusando-o/a de não “perceber nada” (expressão muito comum) de assuntos que você nunca disse que percebia. Isto verifica-se sobretudo quando à ânsia de comentar se junta uma severa acefalite, situação verificada numa elevada percentagem dos exemplares estudados.

Apesar de nalguns casos se mostrar agressivo e feroz, o “anonymous said…” é pacífico. Ao lidar com ele, deve lembrar-se que se trata de uma criatura solitária em busca de algum carinho e atenção. Pode-se lidar com ele de duas formas:

a) Ignorar. Não recomendável por se tratar de uma forma considerada cruel. Deve aplicar-se apenas em casos extremos.

b) Piedade. Com alguma paciência e espírito de toureiro, perceberá que não só pode ajudar o “anonymous said…” a alimentar-se um pouco, como ainda o poderá usar como uma temporária forma de diversão. A sua brincadeira favorita é muito semelhante à dos cães: agarrar alguma coisa e tentar ver se consegue mantê-la ferrada. Contudo, ao contrário dos canídeos, cansa-se depressa e acaba por abandonar a brincadeira se se sente em inferioridade.

Seja como for que resolva lidar com o “anonymous said…”, devemos sempre lembrar Fialho Gouveia: “Os animais são nosso amigos”.