09 julho 2006

Formulários

Quem é que faz os formulários em Portugal, alguém sabe? Ninguém! Eu acho que é secreto. Muito secreto. Algures, num secreto gabinete de um não tão secreto SIS ou similar, uma equipa de profissionais altamente treinados passa os dias a “planear” formulários. Ou isso ou são feitos pelo mesmo grupo de sádicos que produz as instruções de montagem dos produtos IKEA.

Mas com que objectivo? Obvio: manter os portugueses num estado de semi-loucura que nos impeça de “ver, ouvir e ler” e “podermos ignorar”, que me perdoe Sophia.

Só assim se justifica que, independentemente do local, proveniência ou fim a que se destina, todo e qualquer formulários que se nos depara contém mais espaços que “não são para preencher” do que aqueles que realmente o são.

Na escola, ao matricular as crianças; em toda e qualquer repartição pública; no mais simples inquérito de rua; para o 128º Cartão Cliente da Loja X; para o BI, Passaporte, Registo Criminal, Segurança Social; abertura de conta bancária, perdemos horas a pensar “o que é que ponho aqui?”. Chegamos a levar os impressos para casa, consultamos dicionários, perdemos noites de sono, ligamos à Edite Estrela, consultamos o Ciber Duvidas, para no dia seguinte, voltar ao local do crime para perguntar:

“O que é que ponho aqui?”

“Ah. Isso não é para preencher” !!!

Eu sei que a pergunta é de difícil resposta, mas, se não é para preencher, porque é que aquele campo está ali?

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