Fascinante

Ou como diria o Director Geral das Alfândegas, "facinante".

Estou na província profunda, algures entre o Entroncamento e Torres Novas, aqui onde Nuno Markl não existe mas se ouvem as verdadeiras Rádios Pontinhas.

Estou num, chamemos-lhe beneplacidamente café, aqui onde se bebem mines Sagres pretas e brancas e se comem torresmos e sandes de presunto às oito da manhã, descubro o mais fascinante e inquietante fenómeno, do Entroncamento talvez, embora eu suspeite e deseje que seja de todó Portugal profundo.

Ali está uma mesa em que alguém acende um cigarro e outra ri muito.
Aqui uma máquina daquelas que só por aqui se vêem, que a troco de cinquenta cêntimos libertam uma pequena bola, tipo ovo kinder versão pimba, contendo um papelinho enrolado cujo código impresso, uma letra, uma cor, um número, corresponde a um magnífico prémio exposto num mostruário contendo pentes, baralhos de cartas, lanternas, isqueiros, relógios, corta-unhas e acima de tudo muitas navalhas e canivetes. Ou, em 99% dos casos, corresponde apenas a uma caneta que nem chinesa se pode dizer que seja ou a um isqueiro que nunca acende.

Mas agora alguém resolveu das ânimo à coisa. Tornar isto radical. Sim, agora cada uma destes ovos de codorniz pode revelar-se uma perigosa arma, porque naquele expositor, nem tudo é o que parece.
O motivo porque ria aquele tipo era porque o isqueiro que amavelmente havia cedido ao amigo... dava choque! Assim como alguns relógios, anéis, lanternas.

DÃO CHOQUE!

E o povo dá lume, dá apertos de mão, e dá choques. E ri.
E tira mais um kinder raquítico na profunda esperança que aqueles cinquenta cêntimos rendam algo que... DÊ CHOQUES ELÉCTRICOS.

Enquanto na aparelhagem tunning, a Rádio Lezíria nos delicia com Fernando Maurício.
Vou tirar o nome do fornecedor disto para ter uma máquina destes ovos em casa. Querem uma?