28 junho 2007

Férias

Se há coisa que me faz confusão são os Cruzeiros. Nunca fiz e duvido que faça porque parece-me a forma de férias mais estúpida que se pode fazer.
Ao fim de um ano preso num pequeno apartamento num prédio de dez andares vamos para um pequeno camarote, quartito, num barco com... dez andares.
Ao fim de um ano sem tempo para passear vamos para um sítio sem espaço para passear.
Ao fim de um ano de casa para o trabalho, do trabalho para casa, vamos passar uma semana da proa para a popa, da popa para a proa.
Ao fim de um ano sem poder ir à praia vamos para o meio do mar e, se tudo correr bem, nem lhe tocamos.
Ao fim de um ano com o corpo e a alma a pedir cama e descanso, vamos descansar para um sítio que abana quando estamos deitados.
Ao fim de um ano mal dispostos, vamos para um sítio onde... se enjoa.
Ao fim de um ano a queixar-nos que não há nada de novo para fazer ou onde ir, vamos para um sítio onde ao fim de umas horas não há nada de novo para fazer ou onde ir.
Não percebo.

3 comentários:

Anónimo disse...

Eu entendo do seguinte modo:

O Cruzeiro é a melhor forma dos ricos "simularem" como nós vivemos...

Arcebispo de Cantuaria disse...

Por acaso eu acho o contrário, que para nós (salvo seja), cremos ser uma forma de imitarmos o viver dos ricos.

osbandalhos disse...

O que se procura num cruzeiro é a afrodisia.
Bem foi escrito que nós não sabemos (nem sonhamos) que o sonho comanda a vida.
Os paquetes são construídos como afrodisíacos de luxo para os velhotes cheios "dele". Mas creio que as velhotas preferam passear no convés principal a ver montras com sapatos.