30 junho 2006

Ode ao Peido

Para comemorar o renascimento do belogue, nada melhor do que um belo poema, da trilogia: Poesia Escatológica, que será complementada com a Ode ao Arroto e Ode de Merda, a ler nos próximos dias.


Ode ao Peido

Dar um traque,
Por simples que seja.
Sentir aquele baque,
Esse som que bafeja.

Dar um peidinho,
Essa pequena maravilha
Que depressa ou devagarinho
Nos sai de dentro da bilha.

Dar uma boa bufa
É um prazer inteiro,
Aperta-se, espreme-se e catrafufa
Que maravilha de cheiro.

Soltar um simples gás,
Mas fazê-lo solenemente.
Um aroma que sai por trás
E perfuma o ambiente.

Largar uma broa
Do fundo do intestino,
Que sensação tão boa,
Esse som de peido divino.

1º Mundo

E de súbito o país descobriu mais um motivo de orgulho nacional. E em que boa hora vem. Os pátrios ânimos já andavam em alta à custa do terceiro F, agora o lusitano ego está nos píncaros.

E porquê? Porque Portugal passou finalmente a fazer parte dos PPSK, Países Possuidores de Serial Killers. E logo um ex. GNR, o que é mesmo à americana, dá filme, garanto.

A partir de agora jamais os tugas terão de passar por aquelas situações embaraçosas, que a mim acontecem constantemente, de estar a falar com um americano que nos dispara (salvo seja) um mortífero "Columbine", ao que nós respondemos, "ah é? E uma mãe de um puto que deu uma estalada a uma professora porque tinha dado uma estalada ao miúdo porque não apanhava as cascas da laranja do chão? Até abriu os telejornais!". Ou com que cara podemos responder a um brazuca que nos desfere (isto continua a ser meramente figurativo, ok?) um implacável "Rocinha" com um sombrio "Cova da Moura"? Ate parece um bocado gay.

Mas agora não, agora somo um PPSK, coisa de que nem todos os países desenvolvidos se podem orgulhar. E de Santa Comba Dão, a terra lá do outro, o que quer dizer que ali anda coisa... e por um lado até é pena isto ter acontecido na altura do mundial, que nesse já se sabe que a única coisa de inesperada que vai acontecer é a Betadine abrir falência por toda a gente ter acertado nos resultados que a FIFA tinha decidido (aqui entre nós, os gajos da Betadine devem ser um bocado tótós, patrocinam a liga portuguesa, o mundial de futebol? Uma casa de apostas?. Se não calha a ser o mundial, isto já lá estavam as TV’s em directos permanentes e o povo suspenso em frente ao plasma (que agora televisor parece mal), atento a cada pedaço de corpo encontrado, vinha para a rua com as bandeiras, buzinas e cachecóis cada vez que se terminasse de encontrar um corpo completo.

E ainda aparecíamos na CNN, como na vez dos porcos na Auto-estrada (estou a falar de quando o camião caiu, não de quando os Super-Dragões param nas áreas de serviço).