21 janeiro 2005

Portugal, exemplo de humanidade

Fiquei chocado ao ver, ontem e hoje, um verdadeiro batalhão de:
verdinhos emel,
2 carrinhas carregadas de bloquedores,
cerca de 10 policias,
3 ou 4 reboques.

Tudo isto visando os carros que se encontram estacionados em cima do passeio adjacente ao muro do Hospital Santa Maria.
Sabendo que:

- este hospital não dispõe de estacionamento
- estamos em pleno surto de gripe, aumentando consequentemente o numero de veiculos que precisam de estacionar junto a este hospital


Ao pensar nos pais que saem com as crianças (ou idosos) do hospital após horas de espera e que se deparam com a ausência do seu carro para levar os doentes de volta a casa, esta acção policial é IMORAL e DESUMANA.

Sobretudo se considerarmos que pouco mais abaixo, na Cidade Universitária, os carros (dos estudantes, que têm metro à porta) estacionam de tal maneira que por vezes os autocarros não conseguem passar...

Não há duvida que a ambição do dinheiro retira qualquer traço de humanidade. O que é grave é quando isto se passa a nível governamental, policial...

Eleições para quê, esta merda vai mudar?

Alô Tio Juan Carlos, Tio Zapatero, não querem tomar conta disto? eu sei que é dificil mas façam um esforço. como está a gente não sobrevive muito tempo...

12 janeiro 2005

Carta do Arcebispo ao Soldado Americano Army Sgt. 1st Class Tracy Perkins

Caro Soldado Perkins,


Soube há tempos do seu azar lá no Iraque e mais recentemente da injustiça que sobre si foi cometida. Aqui tem o meu testemunho de solidariedade.

É verdade que os soldados americanos, como você, estão no Iraque após terem devolvido a liberdade a esse povo, para manter a ordem social, objectivo que tem sido amplamente cumprido.

É verdade que para o bom funcionamento da nova democracia iraquiana é necessário impor ao povo um recolher obrigatório à hora por vós determinada.

É verdade que qualquer infração a este recolher obrigatório deve ser severa e exemplarmente punida, para bem do próprio povo iraquiano.

Pareceu-nos a todos totalmente apropriada a sua douta decisão de obrigar aquele iraquiano que passeava na rua depois da hora do recolher obrigatório a, como castigo, saltar para dentro de água. É com atitudes construtivas como esta que esse pobre povo irá conhecer a liberdade que vós, americanos, lhes trazem e oferecem.

É pois, irrelevante para o caso, o facto de aquele especifico cidadão iraquiano que se passeava na sua cidade (ou é vossa?) ter afirmado não saber nadar. Eventualmente tê-lo-á dito em árabe e vocês não têm obrigação nenhuma de ter noções de árabe, eles sim deveriam já ter tido a preocupação de aprender americano.

Não me parece, pois, que qualquer dos seus actos possa ser considerado como tendo tido influência directa na morte por afogamento daquele civil.

Imagine o quão chocado fiquei ao saber que foi o Sr. Sargento de 1ª Classe condenado a 6 meses de prisão devido a esta ocorrência. Não restam duvidas de que foi uma decisão cruel por parte dos seus superiores militares.

De resto, por minha iniciativa, propus aos dirigentes máximos dos nossos guias espirituais EUA a implementação de um regulamento mais extenso prevendo sanções e castigos para alguns actos mais graves que possam eventualmente ser cometidos por civis iraquianos, a saber:

- iraquiano que não saiba falar americano: apedrejamento publico

- iraquiano que estenda o tapete de oração na rua ou em qualquer lugar publico: 20 chicoltadas

- iraquiano que não conheça de cor o hino americano: prisão imediata em Abu Grahib, onde como se sabe está implementado um exemplar programa de reabilitação de perigosos civis iraquianos.

- iraquiano que não saiba dizer quantas estrelas tem a bandeira americana: pendurar em qualquer ponto alto de cabeça para baixo, até saber de cor e em americano o nome de todos os estados que compõem os EUA, incluindo já o iraque (ou ainda não está na vossa bandeira?)

- iraquiano que fale de pé com um soldado americano, sem qualquer tipo de prostração ou vénia prévia: aqui penso que se deveria optar por fuzilamento com justa causa.

Espero que de pronto o vosso emérito presidente leve a cargo estas e outras alterações propostas para que não se voltem a verificar tais injustiças.

Quanto a si, apenas lhe posso desejar que tente suportar essa pesada pena de 6 (seis) meses de encarceramento.

Com amizade do

Arcebispo de Cantuária

Carta do Carcebispo ao Sr. Ministro Morais Sarmento

Meu Caro e afável amigo,

Não posso deixar de lhe endereçar uma palavrinha relativa aos factos politicos em que se viu recente e injustamente envolvido.

É meu crer que a maioria dos portugueses compreende que, como muito bem tem vindo a explicar a comunicação social, que os cerca de 90 mil euros (mil e novecentos contos na moeda que valia dinheiro) gastos na sua recente deslocação a S. Tomé e Principe foi uma solução genialmente prática e económica de evitar que se deslocasse num voo comercial que ficaria em "Tarifa+Taxa EUR 2481.00+21.03 x 1 Adulto = 2502.03 Total" (conforme site TAP), voando em classe executiva, tarifa sem restrições (ou seja, a mais cara de todas) mas tendo que permanecer em S. Tomé de Sábado a Sexta (sendo que teria sempre a alternativa "chata" de poder voar S. Tome - Sal - Lisboa, encurtando esse periodo, que muito bem descartou).

Deixo-lhe pois a minha palavra de admiração pela inteligência e altruismo da decisão e uma pergunta final, meu caro amigo: entre nós, porque é que afinal você não podia ficar tantos dias em S. Tomé se cá em Portugal está despedido e não tem nada para fazer? Foi pelas saudades que todos nós sentiriamos de si, não foi, seu malandreco?

Grande abraço

Arcebispo de Cantuária


Carta do Arcebispo aos Partidos Politicos Portugueses

Caros PPP's,

Este vosso amigo vem, nesta hora difícil, dar-vos uma palavra de conforto e alento. Aproxima-se uma dura campanha eleitoral para a qual, soube com espanto, a V. Exas. apenas serão disponibilizados 30 milhões de euros para todos os gastos incontestávelmente indispensáveis, tais como a impressão de cartazes, produção em larga escala de chapéus, camisas-t (é assim que se diz em português), porta-chaves, autocolantes, aventais, bandeirinhas, tarjas, etc.

Isto sem esquecer as despesas de gravações de tempos de antena, aluguer de palcos para comicios, compra de espaço publicitário nos jornais, etc., etc., etc.

Um sem numero de despesas que são no fundo e acima de tudo, de grande utilidade para os portugueses. Não passaria pela cabeça de nunhuma pessoa sensata que fossem os vossos militantes a pagar estas despesas.

Parece-me, pois, vergonhosamente parca a verba que vos está destinada de miseros 30 milhões de euros para fazer face a todas estas despesas.
Sugiro antes de mais que desde já agendem para a próxima legislatura uma revisão em alta destas verbas, que estou certo acolherá consenso entre todos os partidos.
Para fazer face à grave situação respeitante às eleições de Fevereiro de 2005, sugiro a V. Exas. um requerimento de todos os partidos ao governo para que sejam desviados os fundos préviamente destinados a ajuda humanitária às vitimas do Sudeste Asiático para a campanha eleitoral que se aproxima.
Estou certo que tal medida será apoiada por todos os portugueses, que eventualmente até estarão dispostos a organizar-se para abrir contas com vista a recolhas de fundos para os vossos partidos.
Um abraço solidário do vosso
Arcebispo de Cantuária


06 janeiro 2005

Carta do Arcebispo à ANAREC

Exmos. Senhores,

Venho pela presente cingratular V. Exas. pela digna e inteligente medida de adicionar uma taxa de 50c. por abastecimento no periodo nocturno.

Penso que qualquer utente dos vossos serviços compreenderá e aceitará de bom grado esta medida.

Não pode o utente pensar que basta chega a um posto de abastecimento, encontra um papel a dizer "Pré-pagamento", ir efectuar o pagamento antes de abastecer, dando como adquirido que todos os portuguese são verdadeiros experts em manuseamento de mangueiras de combustivel e nunca sujam a ropa com derramamentos de combustivel, para depois verificar que fez pré-pagamento de 40 euros e afinal o depósito só leva 35... No fundo seria como ir às compras e pagar logo à entrada da loja, antes de saber o que vai adquirir. Isto tem toda a lógica.

O utente português está bem ciente de que V.Exas. apenas mantêm os postos abertos durante a noite por altruismo e que pagar a um ou dois funcionários para receberem o pagamento a fazer absolutamente mais nada é imperativa esta taxa de 50c.

Pessoalmente, como penso que esta taxa não será suficiente, dado ser agravado o problema pelo baixissimo custo da gasolina em Portugal, sugiro que implementem as seguintes taxas adicionais:

- Clientes que se esquecem de qual a bomba em que abasteceram, obrigando o funcionário à tarefa hérculea de verificar no computador: taxa de 1€

- Clientes que entrem mal vestidos no posto: taxa de 2€

- Clientes que se enganam no valor a colocar no depósito: sem reembolso e taxa adicional de 1€

- Clientes que sujem o chão do posto com os sapatos: vai limpar e taxa de 4€

- Compra de tabaco: fornecer apenas 10 cigarros e cobrar o preço do maço inteiro

- Clientes que façam uma pergunta (por exemplo: onde está a coca-cola?): taxa de 50c. por pergunta

- Venda de bebidas alcólicas: sem taxa e desconto de 5c. por litro no abastecimento, pois como se sabe, ir à bomba de gasolina comprar bejecas para beber e ir conduzir a seguir é bastante saudável

Uma nota final: já pensaram que alguns, só alguns, utentes sejam suficientemente estupidos para não aceitarem esta vossa genial medida, podem passar a usar os vossos postos para comprar tudo menos por gasolina evitando assim a taxa, abastecendo posterirmente durante o dia? ou mesmo que esses clientes, poucos decerto, deixem pura e simplesmente de ir aos postos de combustível durante a noite?

Claro que se fossem muitos, aí sim tornar-se-ia impraticável manter os postos abertos durante a noite, mas em Portugal não há esse risco.

E dado que esta medida foi planeada ainda em 2004, sugiro para terminar que aumentem já a taxa de 2005 para 75c. por abastecimento.

Um grande abraço deste vosso admirador,

Arcebispo de Cantuária