As plantas são uma dor de cabeça. É como animais de estimação, só que embora ainda menos interactivos do que peixes e mini-tartarugas, têm feitio.
Esta não gosta de apanhar sol, esta não gosta de sombra, aquela não gosta de muita água, esta gosta de ser bem regada. Esta "dá-se bem" (nem com os cães nos preocupamos com o conforto) na terra, aquela prefere um vaso. Estas ficam debaixo da terra a ocupar espaço porque só lhes apetece nascer uma vez por ano, as finórias. Esta menina é para regar junto ao caule, não gosta que a molhem, mas não com muita força no jacto, isso é mais as árvores, esta ao lado prefere por cima, em chuveirinho, mas só ao final da tarde, para não queimar as folhinas com o sol.
E depois, como se fazem entender ainda menos do que o Joe Berardo, entendê-las só lá vai por experimentação. Depois até ganhar rotina é decorar. Sendo muitas, é coisa para andar com uma cábula atrás.
Mas apesar disto querem que as entendamos. E manifestam-se. Põem as folhas para baixo, não dão flor, desatam a por as folhas amarelas, manchadas, secas, capaz de ir largando uma ou outra folhita, murcham lentamente, não dão flor.
Dão-se ao luxo de ser radicais suicidas, não são de meias tintas, se não fazemos o que querem, morrem. "Arranja outra, eu vou morrer, mas tu vais continuar a regar-me, ora mais ora menos, mudas-me de lugar, vais tentar afinar a coisa, andar numa corrida contra o tempo para me tentar salvar, mas eu, se não acertas, lamento mas morro, foste tu quem m plantou porque sabes perfeitamente que não há nada tão relaxante e anti-stressante como a jardinagem".
04 agosto 2007
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2 comentários:
muito bom!
existem outras hipóteses....plástico, pedra, holográficas........
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